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Histórico da Paróquia São Sebastião

Major Claudino do Nascimento

Major Claudino do Nascimento

Antiga Matriz

Altar-Mor

Alguns dos altares da Matriz, hoje se encontram nas Capelas Rurais.

A Nova Matriz

Parte I – Inicio

O povoado de Fugido, teve a sua fundação a 12 de maio de 1902, pertencendo ao Município e Paróquia de Itápolis (SP). Segundo a história, a primeira missa celebrada nestas terras, foi neste mesmo ano, celebrada pelo Padre Antonio Chirinea então Vigário Auxiliar de Itápolis e Pároco residente em Ibitinga (SP), de 1896 a 1902, já que o padre Salvador Tarallo, de Itápolis, estava com a idade avançada, cansado e doente para atender sua vasta paróquia que abrangia diversos povoados, hoje municípios. Essa missa foi celebrada no Largo da atual matriz.

Em 1903, o novo padre de Ibitinga, celebrou a santa missa num rancho preparado no antigo cemitério. A primeira capela de nosso povoado teria sido construída em 1908, sendo de madeira e barro, tendo a frente de sua construção o senhor Joaquim Vieira, sendo o nosso padroeiro São Sebastião, pertencendo a Paróquia do Divino Espírito Santo, de Itápolis.

Nossa capelinha foi atendida sucessivamente pelos padres Luiz Priuli (1908 a 1910), Angelo de Féo (1910 a 1912) e o Cônego Manoel Borges Pereira de 1912 até a criação da nossa Paróquia em 1921. Com o desenvolvimento da Vila de Fugidos, foi criado em 29 de dezembro de 1909, o Distrito de Paz, com um novo nome escolhido por Nicolau Pizzolante, de Fugidos passou a ser Borborema. O Cônego Manuel promoveu a realização da 1ª Missão, realizada em Julho de 1915, pregada por dois missionários, causando grande impacto na comunidade e despertando muita gente para a vivência da fé.

Diante do crescimento do Distrito, a capelinha não comportava mais o número crescente de fiéis, sendo necessária sua ampliação. As obras ocorreram de 1918 a 1919, onde as paredes laterais e a do fundo foram feitas de tijolos. A supervisão das obras esteve a cargo dos senhores Pedro Passos, João Baptista Leme, Pedro de Carvalho, Joaquim de Castro Pereira e Gabriel Maria da Veiga. Essa equipe também lançou os fundamentos da nova parte e por diversos motivos a obra foi paralisada. Sonhando com a criação de nossa Paróquia, o casal José Claudino do Nascimento, doou para a Mitra Diocesana de São Carlos (SP), uma área de suas terras para a formação do Patrimônio de São Sebastião.

Em 2 de agosto de 1919, foram aforadas as primeiras datas do Patrimônio para os senhores João Baptista Leme e Ângelo Fagá, seguidos por outros foreiros.

A festa de São Sebastião, realizada em 20 de janeiro de 1921, contou ainda com a orientação do Cônego Manuel, que continuou atendendo a capela até agosto, vindo a Borborema sempre no primeiro domingo do mês. Nesse período, continuava-se a luta pela criação da Paróquia, com a autorização do padre de Itápolis. Com a renda da festa realizada, foi possível continuar as obras da capela, agora lideradas por uma comissão feminina formada pelas senhoras: Henriqueta de Oliveira Carvalho, Maria Amélia da Silva Leme, Barbara da Silveira Bueno e Maria Jovita Leme de Freitas, onde conseguiram levantar as paredes restantes e cobrir a igreja.

 

Parte II – A tão esperada paróquia

A realização deste sonho teve inicio através de uma solicitação do Cônego Manuel Borges Pereira e o desejo dos borboremenses de ter um padre no distrito de Borborema, que se desenvolvia com rapidez. O Bispo Diocesano de São Carlos (SP), Dom José Marcondes Homem de Melo, através de um decreto datado de 05 de setembro de 1921, criou a Capelania Curato de São Sebastião, no então distrito de Borborema, pertencente à Itápolis, desmembrando nossa comunidade da paróquia do Divino Espírito Santo e nesta mesma data assinou a nomeação do nosso primeiro pároco.

Esse recurso foi muito utilizado devido à falta de sacerdotes e do rápido desenvolvimento de diversos povoados que desejavam ter uma paróquia e não tinham condições necessárias para sustentar uma estrutura paroquial, que ia além da casa paroquial até os utensílios do culto divino. Assim que se estruturava, era imediatamente transformada em paróquia, embora já fosse.

Nossa paróquia por falta de documentação nos livros da cúria e nos livros de nossa matriz, não existe nenhuma referencia da transição da Capelania Curato para Paróquia, sendo assim o padre Francisco Carlos da Silva, levou a questão ao Bispo Diocesano Dom Constantino Amstalden, que determinou como data oficial da criação da paróquia o dia 05 de setembro de 1921 e de instalação no dia 11 de setembro de 1921, sendo essas datas referentes à Capelania Curato, que sempre funcionou como paróquia.

Em clima festivo, a Paróquia foi instalada solenemente no dia 11 de setembro de 1921, com a leitura do Decreto Episcopal que elevou a nossa capela a condição de Igreja Matriz de Borborema, também foi lida a provisão que nomeava o Cônego Heriberto Goetersdorfer como nosso primeiro pároco. O Cônego Heriberto que antes havia sido padre de paróquias estruturadas, de nossa diocese, tomou posse em nossa paróquia que estava em formação, onde tudo precisava ser organizado.

Diante das inúmeras atividades, o Cônego não desanimou, prontamente providenciou a construção da Casa Paroquial e a organização do Patrimônio, que estava abandonado. Na parte religiosa lembrou aos borboremenses o dever na participação dos atos religiosos, principalmente a missa dominical. Procurou organizar as associações para maior vivência na vida cristã de seus paroquianos; além de visitar e celebrar nos bairros rurais mais populosos.

O Cônego Heriberto em preparação ao natal em 16 de dezembro de 1921, montou o primeiro presépio de nossa cidade. Motivou também a continuação das obras da igreja matriz, onde a parte nova foi ocupada pela população na missa pela morte do Papa Bento XV, do dia 28 de janeiro de 1922.

O Patrimônio de São Sebastião, doado verbalmente a Mitra Diocesana, em 12 de maio de 1902, pelos Claudino do Nascimento (foto), só foi documentado graças à dedicação do Cônego Heriberto, que conseguiu por escrito e registrá-lo em cartório, vinte anos depois, no dia 11 de maio de 1922. O empenho de nosso primeiro padre era notável, ele fundou em nosso município o Núcleo do Apostolado da Oração, instalando-o em 23 de junho de 1922, dia do Sagrado Coração de Jesus, no inicio contava com 7 zeladores e 72 zeladas.

Segundo antigos moradores que conheceram o Cônego Heriberto, ele era um homem calmo e paciente, mas por defender as coisas da igreja encontrou oposições em seu caminho, sendo ameaçado de morte. Diante deste fato foi transferido para a Paróquia de Nossa Senhora Aparecida do Distrito de Nova América, hoje município, mas conservou suas funções em nossa paróquia atendo-a uma vez por mês de dois a três dias, sendo assim Borborema passou onze anos e trinta dias atendida por padres de cidades vizinhas uma vez por mês e na maioria em dias da semana.

 

Parte III – Desenvolvimento da paróquia

Durante as comemorações do Centenário da Independência do Brasil, comemorado solenemente no Distrito de Borborema, com missa de Ação de Graças e benção do Santíssimo, celebrada pelo Cônego Heriberto Goetersdorfer, que aqui permaneceu até 10 de setembro, quando inaugurou uma pequena torre de nossa igreja. Finalizada essa etapa, a comissão de senhoras entregou o saldo em caixa para o padre, que o registrou no livro caixa da paróquia.

No dia 1 de janeiro de 1923, foi apresentado ao povo, pelo Cônego Heriberto, o Mapa do Patrimônio de São Sebastião, desenhado pelo engenheiro Augusto Schikanoviski, cuja superfície media 24,12 alqueires. Nesse dia ele também leu a renovação anual de sua nomeação para legalmente exercer sua função pastoral de fabriqueiro e na sua ausência era exercida pelo senhor Antonio Martins Carvalho, se oficializando a Administração do Patrimônio.

Depois de algum tempo, nossa paróquia edificava sua Casa Paroquial, inaugurada em 31 de maio de 1923, abençoada pelo Cônego Heriberto. O saldo para sua construção foi conseguido através de foros atrasados e donativos ofertados.

A fé do povo borboremense crescia cada vez mais, e com isso novas capelas foram sendo inauguradas. Em 6 de setembro de 1923, no bairro Sertãozinho, o nosso pároco celebrava missa e inaugurou uma capela dedicada a Santa Quitéria e Santo Antonio, construída pelo senhor Antonio Alves Teixeira, porém segundo informações a capela não recebeu a benção, por não estar em terreno próprio. Outras capelas foram surgindo continuamente, em 25 de dezembro de 1923, foi dada a benção da pedra fundamental da Capela de São Benedito; no dia 14 de fevereiro de 1924, a benção do Cruzeiro que marcava o local da capela dedicada a Santo Antonio, no bairro da Queixada, mais tarde transferida para o bairro Três Barras; em 3 de maio de 1924, foi abençoado o Cruzeiro que marcava o local para a construção da primitiva capela da Vila Orestina.

O Reverendíssimo Cônego José Dias Machado, Visitador Diocesano em Comissão, representando o Bispo de São Carlos, Dom José Marcondes Homem de Melo, visita nossa paróquia para analisar os arquivos, a igreja e a casa paroquial, seguindo depois para Bariri (SP), no dia 20 de dezembro de 1924. O senhor Antonio Martins Carvalho, até então Fabriqueiro Interino do Patrimônio, é nomeado Fabriqueiro do Patrimônio, em 4 de fevereiro de 1925, pelo Bispo Diocesano, em substituição ao Cônego Heriberto, que com duas paróquias não tinha como administrar a de Borborema. No dia 19 de março deste mesmo ano, mais uma capela era inaugurada pelo nosso padre. Era inaugurada na Vila Orestina com benção e missa na capela de São José.

Cônego Heriberto, sempre muito cuidadoso para com nossa comunidade, conseguiu junto ao Convento dos Padres Jesuítas Portugueses de São Carlos, a realização de 3 a 14 de julho de 1924, de Santa Missão. O pregador desta missão foi o Reverendíssimo Padre José Coelho da Rocha, foram realizadas quinze missas, doze novenas, onze aulas de catecismo, 27 pregações, 371 confissões, 450 comunhões, 10 casamentos legalizados e 13 batizados.

Depois de organizar a comunidade o Cônego Heriberto, foi transferido no dia 26 de agosto de 1925, para a paróquia de Ibirá (SP), que pertencia a Diocese de São Carlos. Em 1990, em sua homenagem a Praça da Matriz, recebeu o seu nome, passando a denominar-se “Praça Cônego Heriberto Goetersdorfer”.

 

Parte IV – Apontamentos históricos

Sob o título “Apontamentos Históricos”, o Cônego Heriberto Goettersdorfer, fez uma retrospectiva da Capela de Borborema, no dia 10 de Agosto de 1.922 onde retrata: “A primitiva capela foi edificada por Joaquim Vieira e outros, provavelmente, em 1.908; sendo toda ela construída de madeira e barro”.Pelos anos de 1.918 e 1.919 as paredes, laterais e a do fundo foram substituídas por paredes de tijolos, sob a regência de uma comissão, que se compôs da forma seguinte: Pedro Passos, João Batista Leme, Pedro de Carvalho, Joaquim de Castro Pereira e Gabriel da Veiga “.

Continuando o relato, o Cônego Heriberto relata:” Lançaram os fundamentos da parte nova da Capela, e depois ficou tudo parado, até que em 1.921 se formou uma comissão de mulheres composta pelas senhoras: Henriqueta de Oliveira de Carvalho, Maria Amélia da Silva Leme, Bárbara da Silveira Bueno e Maria Jovita Leme de Freitas. Esta comissão levantou os muros e cobriu a Igreja, tirando-se a parede intermediária e ocupando, o povo, pela primeira vez a parte nova nas exéquias do Papa Bento XV, a 28 de Janeiro de 1.922… Benzeu-se e colocou-se a cruz de ferro no frontispício. Em Maio de 1.922, colocou-se o assoalho; em Julho e Agosto terminaram-se os serviços da pequena torre, que foi inaugurada a 10 de Setembro de 1.922 “.

Assim termina o relato do Cônego Heriberto, e a comissão de senhoras entregou o saldo que tinha em caixa, sendo registrado no livro da paróquia”. Os saldos das festas de São Sebastião, Santo Antonio e Nossa Senhora Aparecida, de 1.921 a 1.925, foram utilizadas nas obras da “Nova Matriz”, visto que ao mesmo tempo era construída a Casa Paroquial com o resultado, dos foros, listas e leilões.

Em 1.924 e 1.925, os tijolos foram adquiridos de Irineu Gonçalves, Antonio Albano, José Claudino, Manoel Marques, Vicente Cano, Carlos Alemão e Filho; bem como os fretes pagos a Cezário Libório, Francisco Rigueiro, Albino Zanatta, Bento Martins e Sebastião Tavares, totalizando o valor de R 3.496,700$.

O empreiteiro da obra nessa época era Joaquim de Oliveira, e o responsável pelas escavações foi o pedreiro Santo Novaes. O cal foi adquirido de João Laporta, a madeira de Nicolau Pizzolante e de Paulo Pires, e os demais materiais de construção de Antonio Martins Carvalho e Filho.

A parte elétrica foi feita a 08 de Fevereiro de 1.925 e nesse mesmo ano a 26 de Agosto, com a aquisição de 6 mil telhas, era coberta a segunda metade da Igreja e em Setembro demolida a capela velha, sendo vendida a sua madeira a José Mourão, por R138,300$

Em 1.925, o Padre Bouillon assumia a Paróquia, porém conservando a de Ibitinga, onde residia. Imediatamente procurou organizar uma comissão para dar continuidade às obras; sendo esta aprovada a 12 de Julho de 1.926 e assim constituída: Padre José Rafael Bouillon – Presidente e membros: Manoel da Silveira Bueno, José Soares Brandão, Benjamim Leme e por Dante Cordilhone. A direção da obra estava a cargo do engenheiro-arquiteto Rosalbino Tucci, de Ibitinga.

Dois anos mais tarde era inaugurada outra parte da Igreja Matriz, no dia 09 de Setembro de 1.928; quando nos relata o acontecimento o Pe. Bouillon :“Com a presença das autoridades locais, das Comarcas de Itápolis e Ibitinga, foi realizada a benção e inauguração da Capela-Mor e parte nova da Matriz. Às 16:00 horas teve lugar a solene inauguração, com uma belíssima e imponente Procissão que levou para o Altar-Mor a imagem do Padroeiro São Sebastião.Terminando a parte religiosa fizeram uso da palavra no patamar da Matriz,o Drº Theodolino Castiglioni, em nome das autoridades de Ibitinga, e em nome das autoridades de Itápolis o Drº Antonio Andréia…” Após a conclusão desta parte, as obras prosseguiram lentamente. Os andaimes de madeira foram colocados em 1.932.

Com a chegada do Cônego Arcângelo Gallo, em Setembro de 1.933, as obras que se encontravam paralisadas interna e externamente, ganharam novo impulso com seu dinamismo, passando a contar com duas torres e deixando bem adiantada a parte externa e principalmente o interior da igreja.

Os serviços de funilaria foram feitos pelos Irmãos Falzetta por R400$ a 31 de Dezembro de 1.934. De Janeiro a Agosto de 1.935, as obras estiveram praticamente paralisadas, até que em Setembro o pedreiro Atílio Pizze e o carpinteiro José Faga trabalharam no forro da matriz, feito de tela de arame e madeira. A essa época, o pároco era o Pe. Castanheira.

Em Setembro de 1.936, foram colocados o piso de ladrilhos e os caixilhos de ferro para as janelas, em Março de 1.937 a Matriz recebia a Pia Batismal, confessionário e vidros nas janelas das quatro capelas laterais.

Com a chegada do Pe. Gabinio, a matriz adquiriu 30 bancos de jacarandá, um harmonium e outros objetos, alem de sua pintura, sendo ela concluída no ano seguinte (1.940), no início do paroquiato do Pe. Alves.

No paroquiado do Pe. Alves, a matriz foi ricamente ornamentada com altares de mármore, como era costume na época, iniciado pelo Altar-Mor, consagrado em Outubro de 1.944, e as capelas laterais nos anos seguintes foram tendo seus altares revestidos igualmente de mármore; o teto e o interior da matriz foram decorados artisticamente, no que se refere à pintura, bem como, ainda a riqueza dos vitrais artísticos, estes hoje fazem parte da Igreja de São Benedito, no Jardim Ouro Verde. Os Padres que sucederam ao Padre Alves reformaram sempre que necessário para conservação e manutenção, porém as pinturas artísticas foram substituídas.

Em Setembro de 1.973, passou por melhorias nos sistemas de ventilação, iluminação e som, no paroquiato do Pe. Cláudio; e em Novembro houve a reforma das torres e colocação do relógio, em 1.974 houve a troca do piso, no mês de Julho e na parte externa a modificação da antiga escadaria, dando lugar a um para-peito de tijolos na entrada principal da Igreja, e em Abril de 1.975, passa por sua última pintura interna.

 

Parte V – A nova Matriz

Ao tomar posse da paróquia, o Pe. Francisco Carlos da Silva recebeu a determinação do Sr. Bispo, de construir uma igreja maior, mais espaçosa e aconchegante, visto que a antiga, pequena e sem condições de ampliação, deveria ser demolida. Desta forma, a “Comissão Administrativa” da Paróquia, presidida pelo Pároco, reuniu-se na noite de 27 de Agosto de 1.984, com a presença de engenheiros, para estudarem os primeiros projetos da futura Matriz, seguida de diversas reuniões, inclusive com os coordenadores rurais.

Apesar do novo pároco estar há pouco tempo na comunidade, e dos muitos problemas que existiam, o apoio foi maior que as oposições enfrentadas. O primeiro passo após o estudo dos projetos apresentados pelos engenheiros, foi destinar a arrecadação da Festa do Padroeiro daquele ano e as futuras, para as obras da futura Matriz. Visto que na comunidade existia um grande trabalho para sanar uma grave deficiência que era a falta de um Hospital na cidade, e para não pesar demais ao povo, o pároco recorreu à “BISCHOFLICHE AKTION ADVENIAT”, uma entidade da Igreja Católica da Alemanha, solicitando-lhe auxilio, a resposta só foi positiva no segundo e insistente pedido, em resposta de 06 de Dezembro de 1.984, destinando-nos 30 mil marcos Alemães, chegando a primeira parcela, por ocasião do Natal o que foi um verdadeiro presente.

A última Missa celebrada na matriz velha aconteceu na noite da quarta-feira, 29 de maio de 1.985, missa dos casais, no mês de Maria. Em virtude da nova situação, o salão paroquial foi adaptado para funcionar provisoriamente como Igreja Matriz.O documento Eclesiástico que autorizava a demolição da Igreja velha tinha o seguinte teor: “Mitra Diocesana de São Carlos – protocolo nº3.768, livro nº 26”.

Autorização Declaratória

“Autorizo a demolição da Velha Matriz da Paróquia São Sebastião de Borborema, tendo em vista, que a cidade cresceu e esta Igreja não comporta mais o número de fiéis”. Autorizo o uso do Salão Paroquial como local provisório para as celebrações e peço urgir a construção da NOVA MATRIZ DE SÃO SEBASTIÃO DE BORBOREMA na praça da Matriz, pois somente com um novo templo a Comunidade Paroquial de Borborema terá um local apropriado e digno para o culto Cristão e condizente com o crescimento da cidade”.

São Carlos, 21 de Maio de 1.985.

+ Dom Constantino Amistalden

Bispo Coadjutor e Administrador Apostólico da Diocese de São Carlos.

 

Atual Igreja Matriz na realidade, o salão paroquial já era utilizado para as grandes celebrações desde Dezembro de 1.979 quando foi inaugurado, anteriormente, utilizava-se a Quadra Esportiva Paroquial, uma vez que a velha matriz comportava apenas 180 pessoas sentadas e quando muito até 250 pessoas em todo o seu interior. A nova matriz foi projetada para abrigar mil pessoas sentadas.

Para não se perder tempo, na noite de 27 de Junho de 1.985, o Sr. Aderbal Duarte Romanini, aceitou assumir a presidência da “comissão de construção da Igreja Matriz”, e o fez com muito amor e dedicação em todas as fases da obra. A comissão oficializada e superada a primeira prova, constituiu-se ainda de outros membros.

A provisão de nomeação foi protocolada sob o nº 3.752 e assinada por Dom Constantino Amistalden, Bispo titular de Hierpiniana, coadjutor e Administrador Apostólico de São Carlos.Confirmava-se a equipe que já estava trabalhando. Fora da comissão, também a ajuda foi inestimável, apesar das crises ouve cooperação do bom povo de Borborema, não precisando paralisar sequer um dia por falta de dinheiro, pois quando os pedreiros eram avisados da possibilidade de paralisação, algum donativo chegava, como da Alemanha ou das campanhas diversas realizadas.

No dia 06 de Agosto de 1.985, a velha matriz começou a ser destelhada e nos dias seguintes as comunidades rurais enviaram seus voluntários para a limpeza dos tijolos e abertura dos alicerces, bem como de outros serviços. Quem vivenciou aqueles momentos jamais irá esquecer tanta generosidade dessas pessoas que vinham pela manhã com seus “bornais” para a refeição e depois recebiam lanche na casa paroquial.

A idéia de levantar uma grande Matriz há muito tempo estava no desejo dos paroquianos atuantes e de todos que partilhavam da vida da comunidade que não tinha sequer local adequado para o ensino da catequese e de reuniões paroquiais; por fim, com a presença de D. Constantino Amstalden, foi solenemente realizada a benção da pedra fundamental da nova Matriz, no dia 20 de Dezembro de 1.985.

A comissão de construção, após decidir-se pela implantação de carnes de contribuição mensal, em reunião de 12 de Abril de l986, indicou o senhor Joaquim Martins Carvalho para presidir a esta campanha, o qual aceitou com muito prazer, ficando determinados 4 valores alternativos e a organização de equipes para visitarem todas as famílias católicas, casa por casa; e na zona rural ficaria a cargo das diretorias respectivas. Desta forma, as obras caminharam rapidamente e para tanto, foi necessária, a realização de uma nova campanha aprovada na reunião de 14 de Maio de 1.987, pelos membros da comissão de construção, juntamente com as diretorias das capelas rurais.

Foi mostrado o sucesso da campanha de carnês, porém os gastos com ferragens eram muito pesados, lançando-se dessa forma a “Campanha do café”, que deu novo impulso. Em Julho, decidiu-se que em vista do desenvolvimento da construção, seria possível inaugurá-la no dia de São Sebastião, na parte interna, pois desta forma a Comunidade estaria já na sua Igreja, e o salão retornaria a acolher a realização das festas, que no momento eram realizadas no pátio da antiga EEPSG “D. GASTÃO LIBERAL PINTO”.

No meio da euforia a realidade do momento lembrava que não haveria dinheiro suficiente para o acabamento. Assim, não seria colocado piso, som novo, pintura, forro, vidros, luminárias e mobiliários. Como se afirmou em outra parte, a obra nunca precisou interromper sua caminhada e antes da data programada o que parecia impossível para o acabamento interno total, estava sendo concretizado, era a recompensa do MÁRTIR SÃO SEBASTIÃO, a sua Comunidade fiel.

O Pároco apresentou à comissão os painéis para os vitrais da Igreja e a decisão foi unânime em adquiri-los e assim, visto o alto custo dos mesmos, visitar as famílias que quisessem ofertar algum. Bastou mostrá-los na Igreja e a procura para colaborar foi tão grande que não houve painéis para todos, mais tarde o mesmo iria acontecer por ocasião da apresentação dos bancos novos. Com essas generosas contribuições e mais uma conquista do Pároco através da BISCHOFLICHE AKTION ADVENIAT, da Alemanha, que nos enviou mais 30 mil Marcos Alemães, enviados em duas cotas, cujo total equivalia ao resultado das grandes festas aqui realizadas. Finalmente, depois de tantas lutas, chegava-se o grande dia 20 DE JANEIRO DE 1.988 – FESTA DO PADROEIRO = Dia de júbilo e ação de graças, a matriz estava concluída na parte interna; com todos os seus acabamentos necessários. Nessa data, às 19:30 horas, saiu do salão paroquial imponente procissão, conduzindo através das principais ruas da cidade as imagens dos padroeiros de todas as comunidades rurais e por último o GLORIOSO MÁRTIR SÃO SEBASTIÃO, sendo seguido de imensa multidão de fiéis, com a participação do Senhor Bispo Diocesano Dom Constantino Amstalden, Monsenhor Luiz Cechinato – Vigário geral, Cônego Bruno Gamberini – vigário Episcopal / Coordenador da Pastoral, Padre Francisco Carlos da Silva – Pároco, Cônego Amador Romão – Matão, Cônego Ednyr Rôveri – Itápolis, Padre Osvaldo Alfredo Pinto – Irapuã e Padre Romeu Parolize – Tabatinga; seminaristas: José Mário Martins Carvalho, Lindomar Dionísio da Silva e Odisnei Eduardo Malaspina, além de Irmãs Religiosas, Familiares do Padre Francisco, Comunidades rurais, Autoridades locais, fiéis de várias comunidades vizinhas e a presença maciça do Povo de Borborema, apesar do intenso calor que marcou aquela memorável data. A área total da construção mede 1.014 metros, possui no subsolo um salão para reuniões, 06 salas para catequese, 04 mictórios e 01 depósito; na parte interna da igreja: além da grande nave, um presbitério, a capela do Santíssimo, a capela do Padroeiro, sala/confessionário, depósito, sacristia, secretaria e estúdio; na parte superior há a residência paroquial provisória, com dois quartos, dois banheiros, sala, copa, cozinha, hal e dispensa.Após a inauguração, a parte externa e as dependências (subsolo e residência), prosseguiram, visto que a entrada principal precisava ser aterrada, a construção da rampa, escadarias e a pintura. O aterro interno da matriz consumiu 188 viagens de terra, transportado por caminhões da Prefeitura e DAEE em abril de 1.986 (3 da Prefeitura e 2 do DAEE), e a rampa da frente, 190 viagens com os mesmos caminhões, em Julho de 1.988, graças à colaboração do então Prefeito José Carlos Biasotto. Nesse tempo, as noivas entravam na igreja pela porta lateral. A imagem do Sagrado Coração de Jesus começou a ser montadafrontispício da igreja no dia 16 de Março de 1.989, medindo 4 metros de altura e pesando 1.500 kilos, ofertada na gestão do Pref. José Carlos Biasotto. Ainda em 1.989, a paróquia realizou o calçamento ao redor da igreja, colocou novas cornetas de som na torre. No dia 3 de Abril a colocação do pára-raios. Concluída a construção, era o presbitério enriquecido com um painel sugestivo retratando Jesus e os discípulos, na celebração da Ceia; cuja pintura iniciou-se a 25 de Agosto de 1.989, e a 8 de Novembro daquele ano, colocado o crucifixo esculpido em madeira, medindo 3 metros de altura, e nessa data foi dada as duas bênçãos. Completando com o belíssimo altar em madeira, doado pelo casal, Leda e Osvaldo Torres, agora São Sebastião era definitivamente entronizado, juntamente com Nossa Senhora Aparecida. A Matriz, grande, espaçosa e aconchegante tem sido centro de grandes e emocionantes momentos, um deles ocorreu nos dias 28 e 29 de Julho de 1.991, quando da visita da imagem peregrina de NOSSA SENHORA ROSA MÍSTICA, conduzido pelo Missionário Japonês Padre José Fumagawa, que celebrou 3 Missas com o Templo totalmente lotado, inclusive às 15:00 horas da Segunda-feira; houve coroação em todas as celebrações.

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